Cena do Filme X Men: O confronto final (X-Men: The Last Stand, 2006) |
Coisa mágica é entrar em uma biblioteca ou livraria e passar algumas horas, ou mesmo que apenas alguns minutos...sempre digo aos meus amigos e amigas que só de entrar em uma biblioteca já me sinto mais inteligente: é como se as ideias lindas dos livros pulassem na gente e viessem conversar, ou como diz a filósofa e poeta Viviane Mosé, "Um livro não tem que te dar conteúdo (saberes prontos), ele tem que te criar internamente um "pássaro batendo asas", ele tem que te criar um incômodo, um movimento, uma dança" (ela fala isso num dos programas Café Filosófico, em vídeo lindo no post abaixo!).
E sempre acabo pegando um livro desse na mão, desses que realmente cria um pássaro batendo asas dentro da gente, e com um par de asas beeeem grande, tipo aquelas do rapaz do X-Men 3 (que aliás, tem mais é que fugir da tal da "cura" dos mutantes, como faz nessa cena da foto acima: ah, eu com umas asas daquelas!Iria para o Rio de Janeiro toda semana, só voando!haha).
Ok, me empolguei com as asas do rapaz do filme X-men, mas voltando ao livro que me criou tais asas: só poderia ser dele, o nosso querido patrono da educação brasileira: Paulo Freire.
Mais um livro lindíssimo, desses que "vários pássaros começam a bater asas" dentro da gente, gerando um turbilhão de ideias e reflexões. O livro é Pedagogia da Tolerância (Paz e Terra, 2014), carinhosamente organizado por Ana Maria Araújo Freire, sua companheira de tantos anos.
Como eu estava lendo sobre Bioética, veio à minha mente a necessidade do envolvimento da bioética e das aulas de Filosofia, tanto no ensino médio quanto superior, na educação para a tolerância religiosa, pensando no caso paradigmático dos pacientes Testemunhas de Jeová, que não aceitam transfusão sanguínea. Isso é assunto para muita discussão no nosso Grupo de Estudos em Bioética, e para um ou dois artigos (até mais, mas é só o que o tempo me permite no momento!), mas vou deixar vocês com uma citação inspiradora com a qual começo meu artigo:
" O que a tolerância autêntica demanda de mim é que respeite o diferente, seus sonhos, suas ideias, suas opiniões, seus gostos, que não o negue só porque é diferente. O que a tolerância legítima termina por me ensinar é que, na sua experiência, aprendo com o diferente. É neste sentido que a tolerância é virtude a ser criada e cultivada por enquanto a intolerância é distorção viciosa (FREIRE, 2014, p. 26). "
Vamos lá colegas professores, pais, vizinhos, estudantes! Somos todos educadores e educadoras uns dos outros! Eduquemo-nos para a tolerância amorosa que Paulo Freire nos indica!